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encaboclados
Quando o verão acaba, com ele se vai a o dinheiro turístico, o trabalho explorado, os brancos de pelos, a esbórnia. Quem permanece são os nativos com sua ancestralidade e as camadas geológicas. Os registros apresentam um encontro íntimo à seres-entidades do extremo-sul-indígena-da-Bahia. É ritual, celebração, labuta, trabalho e preguiça, e a força da natureza. Encaboclados são protagonistas, pois representam uma rima cronológica: tanto preservam os costumes mais tradicionais e instintivos do povo, quanto se seduzem às mazelas da contemporaneidade, além de serem o mais belos dos belos, enquanto beleza.
Território anarquizado pelo povo e ignorado pelo estado, suas não-regras são de autoria própria. O gosto das fotos é de gengibre sabor bebida Netuno e guaiamum. Boca sabor guaiamum com os pés enrugados de chuva. Chuva e suor. Sal e sol. Mulheres em casa e homens comendo as em rua. Mulheres em rua comendo os homens à beira mar. A lua cheia comendo todos e protegendo os lobisomens. No almoço, café da manha e janta é farinha de puba. Muitos comem sem drama porque não tem dente. E não tem dente porque comem. Não têm dente, mas tem boca pra come. É gente cigarra que sai da terra no verão para reproduzir, no inverno dizem que morrem, mas é quando estão mais vivos do que nunca. São encaboclados.



















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